sábado, 21 de maio de 2016

Cadeira elétrica

A última traição de Temer está bem fresca na memória brasileira, resultou de sua movimentação sorrateira em favor do golpe de estado que o levaria ao poder.

Teve ajuda fundamental da mídia nacional e do Supremo, ambos de reconhecida tradição golpista, vide o golpe de 1964. O instrumento de manobra foi a massa de políticos capitaneada pelo candidato derrotado Aécio Neves, ancorado no oportunismo de Eduardo Cunha, líder de um centrão conservador e fundamentalista incrustado no Congresso Nacional. A base financeira do golpe é representada pelos tentáculos tupiniquins de Wall Street, consubstanciados digamos figurativamente nos patos de plástico da Fiesp

A primeira traição de Temer também foi contra a institucionalidade nacional. Movimento igualmente ou mais grave, tanto que, lembro de meus tempos de criança, o traidor era submetido a pena capital. Cadeira elétrica. Documentos que haviam sido revelados em 2011, voltaram à tona em 13 de maio deste ano de 2016 com o tuíter do site de vazamentos WikiLeaks. Eles comprovam que o atual presidente interino, Michel Temer, atuou como principal informante brasileiro junto ao governo dos EUA. A afirmação se baseia em telegramas em que o então cônsul-geral dos Estados Unidos, Christopher J. McMullen, relata ao governo americano conversas com Temer

Que seria mais adequado ao século 21 que pudesse substituir a antiga pena capital na cadeira elétrica?

quarta-feira, 30 de março de 2016

"A cigana leu o meu destino" (Simone)

 A História se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa, disse Karl Marx. Não é sem razão que a Globo volta a apoiar, com muita força em suas redes de fazer cabeças, um novo golpe contra o Estado democrático de Direito

Antes, um governo constitucionalmente eleito foi apeado do poder pelo mesmo movimento reacionário que anda novamente no cio. Hoje, mutatis mutandis, não é diferente. No lugar dos milicos casca grossa de lá, as malandragens jurídicas de cá

Por outro lado, cada um de nós, sabedor da História, goza do poder de preparar as anotações para uma futura biografia, a ser mostrada às gerações que virão. Pra dizer de peito aberto de que lado estava quando o escuro de novo se quis fazer


segunda-feira, 28 de março de 2016

!

A Democracia voltando às ruas do meu País, com todas as cores da sua pele
(o blogueiro vem junto)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

O PRINCIPE DA PRIVATARIA, um livro que já contou tudo isso



Leia aqui um trecho sobre o livro, no site do editor:

20 anos de apuração
Em 1993, o autor começa a investigar a vida de FHC que resultaria neste polêmico livro. Nessas últimas duas décadas, Palmério Dória entrevistou inúmeras personalidades, entre elas o ex-presidente da República Itamar Franco, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes e o senador Pedro Simon, do PMDB. Os três, por variadas razões, fizeram revelações polêmicas sobre o presidente Fernando Henrique e sobre o quadro político brasileiro.
Exílio na Europa
Ao contrário do magnata da comunicação Charles Foster Kane, personagem do filme Cidadão Kane, de Orson Welles, que, ao ser chantageado pelo seu adversário sobre o seu suposto caso extraconjugal nas vésperas de uma eleição, decide encarar a ameaça e é derrotado nas urnas devido a polêmica, FHC preferiu esconder que teria tido um filho de um relacionamento com uma jornalista.
FHC leva a sério o risco de perder a eleição. Num plano audacioso e em parceria com a maior emissora de televisão do país, a Rede Globo, a jornalista Miriam Dutra e o suposto filho, ainda bebê, são “exilados” na Europa. Palmério Dória não faz um julgamento moralista de um caso extraconjugal e suas consequências, mas enfatiza o silêncio da imprensa brasileira para um episódio conhecido em 11 redações de 10 consultadas. Não era segredo para jornalistas e políticos, mas como uma blindagem única nunca vista antes neste país foi capaz de manter em sigilo em caso por tantos anos?
O fato só foi revelado muito mais tarde, e discretamente, quando Fernando Henrique Cardoso não era mais presidente e sua esposa, Dona Ruth Cardoso, havia morrido. Com um final inusitado: exame de DNA revelou que o filho não era do ex-presidente que, no entanto, já o havia reconhecido.
Na obra, há detalhes do projeto neoliberal de vender todo o patrimônio nacional. Seu crime mais hediondo foi destruir a Alma Nacional, o sonho coletivo”, relatou o jornalista que desvendou o processo privativista da Era FHC, Aloysio Biondi, no livro Brasil Privatizado.
O Príncipe da Privataria conta ainda os bastidores da tentativa de venda da Petrobras, em que até a produção de identidade visual para a nova companhia, a Petrobrax, foi criada a fim de facilitar o entendimento da comunidade internacional. Também a entrega do sistema de telecomunicações, as propinas nos leilões das teles e de outras estatais, os bancos estaduais, as estradas, e até o suposto projeto de vender a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. A gente nem precisa de um roubômetro: FHC com a privataria roubou 10 mil vezes mais que qualquer possibilidade de desvio do governo Lula”, denuncia o senador paranaense Roberto Requião.

Palmério Dória é repórter. Nasceu em Santarém, Pará, em 1949 e atualmente mora em São Paulo, capital. Com carreira iniciada no final da década de 1960 já passou por inúmeras redações da grande imprensa e da “imprensa nanica”. Publicou seis livros, quatro de política: A Guerrilha do AraguaiaMataram o Presidente — Memórias do pistoleiro que mudou a História do Brasil A Candidata que Virou Picolé (sobre a queda de Roseana Sarney na corrida presidencial de 2002, em ação orquestrada por José Serra); e Honoráveis Bandidos — Um retrato do Brasil na Era Sarney ; mais dois livros de memórias: Grandes Mulheres que eu Não Comi, pela Casa Amarela; e Evasão de Privacidade, pela Geração Editorial.

 baixe o livro
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Vamos deixar um presente para você, que não quer ser manipulado. Dois livros para baixar: O Príncipe da Privataria e O Brasil Privatizado.
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&ved=0ahUKEwjXscPi5o7LAhVBIJAKHcR-BEkQFggvMAM&url=http%3A%2F%2Fdelubio.com.br%2Fbiblioteca%2Fwp-content%2Fuploads%2F2014%2F02%2FO-Principe-da-Privataria-Palmerio-Doria-2.pdf&usg=AFQjCNGMmVOUjnTvIfJJz7fjuXlj6JOuDQ&sig2=yEqUPOap_dDaQbZeVv6XHQ
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domingo, 4 de janeiro de 2015

TROCANDO DE CANAL



Todas as muitas vezes que assisto o Jornal das 10, da Rede Globo, ou outro similar, onde analistas em série “mostram”, por infográficos e outras parafernálias audiovisuais, que o Brasil está para acabar, ruir, desabar, eu sonho em morar em São Francisco*, onde será bem mais barato e tranquilo plantar amigos, bichos e livros**. 


Ao acordar, vendo que o sol nasceu, mudo de canal.


Solidão em meus tempos de menino
(*) São Francisco é um minúsculo distrito de Solidão, no sopé do altiplano da Borborema, limites paraibanos. A cidade, todos lembram, foi não foi ranqueia como a menor do Brasil.  


(**) Ao menos em minha visão de menino que ajudava o padre Oswald a dizer a missa naquele bucólico sítio.  

segunda-feira, 29 de julho de 2013

A bicicleta ideológica



Ouso fazer algumas reflexões sobre o texto a seguir de um incansável militante do bem, e poeta.
 “Quem foram os Vândalos e o que fizeram para entrarem para a história de modo tão jocoso? Teriam feito algo ainda mais aterrador que os Romanos ao destruírem Jerusalém no ano 70 d.C.? Seriam mais furiosos e insanos que os Hunos sob o comando de Átila? Pilharam mais que os espanhóis ao império Inca? Teriam tido mais desprezo pela humanidade que os comunistas nas ordens de Stalin ou Mao Tsé-Tung?
A relação do nome Vândalo com vandalismo se deu por causa da invasão de Roma em 455. Por duas semanas eles atacaram a cidade destruindo, principalmente, obras de artes. Muitas delas frutos dos saques a Jerusalém e Grécia pelos romanos. Tal foi agressão à cidade, às obras, muitas delas jamais foram restituídas, que chamou a atenção do Império Romano do Ocidente em franca decadência e demais povos da época, notadamente o Império Romano do Oriente.”
Convém lembrar, caro poeta, como consideração primeira, que nosso mundo ocidental civilizado e cristão copiou muitas práticas predatórias dos Vândalos. Basta ver milhares de peças pilhadas de antigas civilizações que hoje ornam os grandes museus de Londres, Paris, Nova York, Berlim. Foram, no entanto, duas preocupações que diante do texto acima assaltaram de minha mente, quem sabe, justificadamente ressabiada. Primeiro, que a as referências aos Vândalos não venha a ser utilizada de forma oportunista para condenar movimentos legítimos de trabalhadores e do povo na rua em luta por melhores condições de trabalho e de vida. Movimentos estes que nos enchem de esperança de que o povo volte com mais frequência a vibrar nas ruas e praças. E torço para que o movimento social continue passando ao largo das tediosas pautas genéricas, do tipo ‘cansei’ ou ‘contra a corrupção’, e outras do surrado varejo midiático, que nada reivindicam e nada propõem. A não ser evitar uma discussão mais profunda das nossas mazelas. Que continue a ser a esperança dos militantes do bem, e dos poetas. E, claro, de milhões de brasileiros que começam a ver a ‘água nova brotando’, do dizer do poeta.
Em segundo lugar, costumo ficar de pé atrás quando se menciona certo ‘desprezo pela humanidade’, que vez por outra se atribui, desde o começo da Guerra Fria até os dias de hoje, seletivamente, a dois importantes personagens de meados do século passado, Mao Tsé-Tung e Josef Stalin. E quais teriam sido os crimes desses senhores, ainda hoje celebrados em seus países de origem?
A propósito, permita-me lembrar a história de um cidadão, fronteiriço entre dois países, que diariamente passava na alfândega e cujo bagageiro da bicicleta trazia grande quantidade de coisas sem o menor valor fiscal, tralha, trecos enfim. Para encurtar a história ou para antecipar sua conclusão aos que ainda não sabem dela, descobriu-se, anos depois, o fronteiriço já muito bem situado, que sua riqueza provinha do contrabando de... bicicletas. Temo, pois, caro poeta, que muitos dos nossos mais cuidadosos textos, e não somente os nossos, possam involuntariamente servir como tralhas e trecos para encobrir bicicletas, ops, contrabandos. Isso também acontece e muito de modo voluntário, como instrumento ideológico, na grande mídia hegemônica mundial. Pois é mais que sabido que não é somente no Brasil que os donos da informação, donos do que deve ser dito ou escondido ou manipulado, são apenas meia dúzia de famílias. No mundo, também são meia dúzia de corporações que detêm o poder sobre mais de 90% de livros, revistas, jornais, TVs, rádios, internet... É justamente nesse arsenal midiático onde trafegam os fronteiriços, os marginais de todas as fronteiras do mundo, a pedalar suas insuspeitas bicicletas, levando em seu bagageiro uma tralha de informações cada vez mais massificada, a esconder o verdadeiro contrabando que fortalece seu oculto interesse ideológico.
Voltando à política do século passado, é por demais conhecida a guerra de informações e contra informações do período da Guerra Fria entre Ocidente e Oriente, entre as lideranças polarizadas de Washington e Moscou sobre o mundo. As informações em lados opostos dominadas pela CIA e pela KGB. Nós ocidentais fomos cobertos pelo sagrado manto da informação do lado de cá da famosa Cortina de Ferro, a assimilar somente a mitologia ocidental. Porisso, ainda hoje pouco sabemos sobre o que se convencionou chamar de ‘os crimes de Stalin e de Mao Tsé-Tung’, pois fomos impedidos por décadas de acessar informações do lado de lá. Ou as conhecemos pela versão passada, ainda hoje, pelo lado de cá. No entanto, tanto num lado como no outro, temos muita clareza dos estarrecedores crimes do mesmo período praticados pelo nazifascismo, que encheram campos de concentração, fornos crematórios e valas comuns de corpos de mortos-vivos, de cristãos e de comunistas, de judeus e de negros, de todos os credos e bandeiras. Crimes somente comparados ao despejar de bombas atômicas sobre importantes cidades japonesas, a botar abaixo tijolos, pedras e lajes de Hiroshima e Nagasaki. E a atingir populações inteiras pela morte, pela doença nuclear, passada de geração a geração. Uma ação, caro poeta, que o mundo civilizado ocidental e cristão, o lado de cá, portanto, praticou e que parece ter conseguido fazer o mundo esquecer sua autoria, como se fosse apenas uma tragédia inevitável, que certo dia apenas caíra do céu. E certamente vai ser esquecido enquanto continuarmos a colocar, em seu lugar, repetitivas histórias ainda mal contadas em suspeitosos bagageiros do tempo.

A mídia nem percebeu que é com ela o prudente 'alerta' do papa.

O Manifesto